“PIP e Rofil - Problemas com as Próteses de Silicone”

O silicone e’ um produto muito versátil e largamente utilizado na área medica. Recentemente, os meios de comunicação estamparam em suas manchetes problemas com pacientes portadoras de próteses mamarias de silicone de duas determinadas marcas – a PIP e a  Rofil. Tais próteses, mais utilizadas na Europa, teriam em sua composição interna silicone industrial e não medico (!) por isso os problemas só começaram a ser detectados após a ruptura de algumas delas. Vamos explicar melhor: as melhores próteses são confeccionadas de um gel de silicone coesivo (interno) envolto por uma membrana de silicone. Esse gel coesivo e’ semelhante a uma “jujuba”, ou seja, podemos apertá-lo que ele se deforma e imediatamente após pararmos de apertar, retorna ao seu formato inicial. Se cortarmos a membrana que o envolve , ele não vaza. As melhores próteses tem esse gel e também a membrana que o envolve, confeccionadas de silicone medicinal. Algumas próteses podem não ter um gel coesivo internamente, o que as faz mais suscetíveis a vazamentos de silicone, quando se rompem. Porem se o silicone interno e’ medicinal, o corpo pode tolerar bem tal vazamento. O que foi descoberto nas próteses PIP e Rofil, e’ que o gel interno não era medicinal e sim industrial! Após a ruptura de algumas próteses com o vazamento desse silicone industrial para os tecidos, começaram a surgir reações inflamatórias importantes nessas pacientes. As autoridades da área de saúde, ate o momento, estão se posicionando de forma expectante, ou seja, sugerem que tais próteses sejam retiradas somente nos casos em que seja demonstrado que houve algum problema com as mesmas. Simultaneamente, as Sociedades de Cirurgia (que atuam nas mamas), preconizam que as pacientes portadoras de tais próteses procurem seus cirurgiões, para que a melhor conduta possa ser tomada para cada caso individualmente. Podemos adiantar para os clientes, que a maioria das próteses utilizadas no Brasil, não e’ das duas marcas em questão. Na duvida consulte o cartão de identificação das próteses utilizadas - que foi fornecido pelo seu cirurgião-, nele poderão ser encontrados a marca do fabricante, o modelo, o numero de serie de fabricação, o tamanho, e outros dados. As pacientes que porventura tenham usado tais próteses (PIP e Rofil), não devem se desesperar com as noticias, mas devem procurar seus médicos. Ate agora, os problemas só foram detectados em próteses que se romperam e onde o silicone vazou, e não estão associados ao câncer.
A titulo de informação, a ressonância magnética e’  considerada o melhor exame complementar para detectar rupturas de próteses. Fique calma!     

Fonte: Jornal de Itaipava
Coluna Dr. Marcio C. Guimarães